A compra da Garoto pela Nestlé faz dez anos no próximo dia 28 e deve retornar ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) com a sugestão de venda de marcas ou de outros ativos das duas empresas em troca da aprovação do negócio. A venda das marcas foi sugerida pela primeira vez em março de 2004, um mês depois de o órgão antitruste vetar o negócio. Na época, a Nestlé pediu sigilo quanto ao nome das marcas, alegando que a divulgação poderia desvalorizá-las no mercado. De acordo com advogados que tiveram acesso ao processo, as marcas seriam de ambas as empresas. No bloco de marcas da Nestlé estariam Alpino, Charge, Diplomata, Sensação, Sedução e Surpresa. No bloco de produtos Garoto, a Nestlé teria proposto a venda do Baton, do Serenata de Amor, do Mundy, do Talento, do Surreal, do Sunny, It Coco, Mania, Mundy e Personalidades. Na época, a Nestlé alegou ao Cade que as marcas que ela se dispunha a vender permitiriam a uma companhia concorrente ter 10% do mercado e formar uma caixa de bombons para comercialização junto aos consumidores. Esse ponto era importante, pois as caixas de bombons representavam mais de 30% do mercado naquela época (2004) e são utilizadas até hoje pela Nestlé, pela Garoto e pela Lacta – as líderes do mercado. (Valor Econômico)