Claudia Safatle informa hoje no Valor que a presidente Dilma Rousseff vai evitar os temas macroeconômicos importantes e centrar tanto sua campanha quanto sua participação no debate eleitoral no que o governo fez nesses quatro anos de sua gestão. Ela não quer falar de PIB, superávit primário, inflação. Só de emprego e das políticas sociais. Se a economia está em recessão ou estagnação – o que ficará claro na próxima semana, quando o IBGE divulgar o PIB do segundo trimestre – isso pouco diz respeito ao eleitor se ele estiver empregado, raciocina um assessor.
Assim como não interessa ao cidadão comum o fato de o governo estar ou não preparando um ajuste fiscal, caso Dilma seja reeleita. Trata-se de uma estratégia difícil de ser posta em prática ou de ter êxito no atual cenário. Como impedir que a agenda de Aécio Neves e Marina Silva seja pautada pelos temas que estão na mídia, nas ruas, no bar, que são os problemas que doem no bolso do contribuinte? Em 2010, tudo o que era bom crescia a 10% – exportações, emprego, renda etc e tudo o que era ruim diminuía a uma taxa de 10% – inflação, déficit etc. 2014 é diferente. A crise chegou e é preciso encarar uma saída em vez ignorá-la. Será uma campanha difícil.