A crise econômica externa contribuirá para intensificar e acelerar o processo de moderação da atividade econômica do Brasil, segundo análise do Banco Central (BC) apresentada no Relatório de Inflação, divulgado trimestralmente. Com o menor crescimento econômico, o BC considera que o "balanço de riscos" para a inflação é "mais favorável". De acordo com o relatório, a crise externa pode levar à redução das exportações e importações, à moderação do fluxo de investimentos, a condições de crédito mais restritivas e à piora nas expectativas de consumidores e empresários. O BC destacou ainda que medidas de restrição ao crédito adotadas no final do ano passado e as elevações da taxa básica de juros, a Selic, até julho deste ano, também contribuem para a moderação da atividade econômica. Em agosto deste ano, por causa dos efeitos da crise externa, o Banco Central decidiu reduzir em 0,5 ponto percentual a taxa Selic, para 12% ao ano. Apesar disso, a autoridade monetária observa que a atividade econômica no Brasil "continuará sendo favorecida pela demanda interna" por produtos e serviços. O consumo é estimulado pelo "vigor do mercado de trabalho e pela expansão do crédito, a despeito de alguma moderação na margem". (Agência Brasil)