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Colômbia: crise fragiliza Uribe

Os escândalos de conexão de políticos governistas com os paramilitares e o da falsificação de atentados por oficiais do Exército, para atribuí-los às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), colocaram membros do Gabinete do Presidente Uribe em situação delicada.


Tanto a Chanceler María Consuelo Araujo como o Ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, enfrentam agora a possibilidade de interpelações no Congresso e pedidos de renúncia.


Depois que a Procuradoria vinculou dois oficiais do Exército com a montagem de falsos atentados para atribuí-los às FARC, Uribe anunciou que não contempla a possibilidade de que Santos deixe o Gabinete.


O Presidente havia feito um pronunciamento similar para defender a Chanceler, depois que Álvaro Araújo, irmão de María Consuelo, e líder de um partido da bancada governista no Congresso, reconheceu que manteve reuniões com o chefe paramilitar Rodrigo Tovar. Álvaro Araújo admitiu os encontros depois que a Corte Suprema de Justiça começou a investigar as conexões de vários parlamentares da coalizão governista com grupos paramilitares do estado de Sucre.


Como resultado da investigação, três parlamentares e uma ex-congressista, todos governistas, foram presos. Um deles, Jairo Enrique Merlano, renunciou ao seu cargo no Senado.


O opositor Partido Liberal partiu para a ofensiva contra os membros do Gabinete ao convidar oficialmente a Chanceler para que explique no Congresso por que acompanhou o seu irmão a uma reunião com o Procurador geral, horas antes da confissão pública dos encontros com Jorge Tovar.


Igualmente, líderes do partido de oposição anunciaram que planejam convidar Santos para prestar esclarecimentos sobre a fabricação de atentados.


Para amenizar os efeitos da crise, o Presidente anunciou publicamente que solicitou ao ex-diretor do Serviço Secreto, Jorge Nogueira, que se apresente à Procuradoria Geral para responder sobre as denúncias de supostos delitos políticos e vínculos com paramilitares.


O ponto forte do primeiro mandato, e fator determinante de uma reeleição relativamente tranquila, foi a gestão de Uribe no combate à violência. Nos últimos meses a popularidade do Presidente tem caído devido à reprovação popular do fracasso das negociações com as forças rebeldes, os escândalos envolvendo a cúpula do Executivo e o aumento dos ataques das FARC.


A oposição mostrou a sua força quando conseguiu impedir o Governo de aprovar a reforma do Judiciário e postergou os debates da lei de Transferências para a próxima legislatura.


O Governo agora torce por um desfecho positivo das negociações do TLC com os EUA para desviar as atenções do tema da segurança, mas a oposição, que está municiada de provas contundentes, promete aproveitar o momento de fragilidade do Presidente para atacar a gestão de Uribe e os seus aliados no parlamento.


(Fonte Arko América Latina – Agência Estado)