Apesar de ganhar cada vez mais importância no fluxo global de riquezas, o grupo das maiores economias emergentes do mundo – os Brics, grupo composto por Brasil, Rússia, índia, China e áfrica do Sul – ainda mantém relações assimétricas entre os seus membros, tanto em termos comerciais como de investimentos, com forte preponderância dos chineses sobre os demais países. A conclusão é de um estudo apresentado hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que alerta para o risco de o caráter multilateral do grupo ser enfraquecido pela força chinesa nessas relações. Maior economia entre os Brics, a China influencia o desenho da integração que o Brasil tem construído com o grupo, segundo o Ipea. O gigante asiático já é o maior parceiro comercial brasileiro, mas a pauta de exportações do País se concentra em produtos primários e commodities, assim como ocorre nos embarques para índia e Rússia. Apenas nas vendas para a áfrica do Sul a participação de manufaturados é maior que a de básicos. Apesar de manter superávit comercial com os Brics, ressalta o estudo, o Brasil em geral tem exportado bens primários e intermediários para o grupo e importado manufaturados mais sofisticados. "A questão é que isso pode, no médio e longo prazo, dificultar, ou até bloquear, os anseios brasileiros por integrar-se ao mundo industrializado desenvolvido", afirma o documento.