Satisfeitas com os resultados da primeira etapa da visita da presidente Dilma Rousseff à China, concluída ontem em Pequim, as autoridades brasileiras já preparam para iniciar em maio uma segunda etapa de negociação com os chineses, que tratará das barreiras ao comércio e planos de investimento entre os países. Os chineses são mais objetivos que os Estados Unidos no tratamento das questões bilaterais, afirmou ao Valor o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. A segunda fase de discussões com a China envolverá a ida ao Brasil de algumas das principais autoridades do país: o ministro do Comércio, Chen Demin, chefiará em maio uma missão comercial e a delegação chinesa na reunião da Comissão Econômica e Financeira Brasil-China. No segundo semestre, o Brasil receberá a visita do vice-primeiro ministro, Wang Quishang, que participará da Comissão de Alto Nível Brasil-China (Cosban). A reunião da Cosban vinha sendo adiada pelos chineses e é interpretada pelo governo brasileiro como compromisso da China em estreitar a relação com o Brasil e tentar eliminar atritos bilaterais. "Trataremos das questões como as tarifas contra produtos manufaturados brasileiros, investimentos brasileiros em siderúrgicas chinesas e outros temas pontuais", disse ao Valor o ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota.