As siderúrgicas chinesas ameaçam declarar guerra à Vale e a outras gigantes da mineração. A Associação de Ferro e Aço da China defendeu nesta segunda-feira (5/4) um boicote de dois meses à companhia brasileira, que detém 32,8% do mercado mundial de produção de minério de ferro, e às anglo-australianas BHP Billiton (15,1%) e Rio Tinto (18,6%), em protesto às mudanças no sistema de preços nos contratos. Em vez de os valores serem anuais, eles estão sendo fixados trimestralmente, com a cotação baseada no mercado à vista. A entidade fez a proposta às empresas associadas após calcular que as atuais reservas da matéria-prima só são suficientes para suprir a demanda por dois meses. O minério de ferro é um dos principais componentes do aço, insumo crucial para o setor automotivo, da construção civil e da fabricação de vários bens de consumo. Na ásia e na Europa, as siderúrgicas criticam cada vez mais as exigências das três gigantes. Os preços acertados com as siderúrgicas japonesas e sul-coreanas geralmente servem de referência. Algumas delas, a exemplo da japonesa Nippon Steel, aceitaram em 2010 aumentos de 80% a 90%, reajuste que as chinesas não querem ratificar. Procurada pelo Correio, a Vale não comentou o assunto.