Os trabalhadores da Codelco, a maior produtora mundial de cobre, retomaram ontem as atividades depois de uma paralisação de 24 horas de "advertência" ao governo.
Segundo a agência Ansa, a greve, a primeira realizada em 18 anos, aconteceu em protesto contra uma suposta privatização do metal, a principal riqueza do Chile.
De acordo com o presidente da Federação de Trabalhadores do Cobre (FTC), Raimundo Espinoza, foram enviadas informações sobre uma "privatização encoberta" à Controladoria Geral da República e ao Congresso chileno.
Os dirigentes da Codelco, citados pelo jornal La Tercera, trabalham em uma estratégia para retomar o diálogo com a FTC. Um dos sinais dessa tentativa de reaproximação foi a incorporação na mesa de negociações de Sebastián Conde, vice-presidente de Recursos Humanos, e de Daniel Serra, um dos criadores da Aliança Estratégica, instância onde a administração e os mineiros tomavam decisões sobre o futuro da mineradora.
O órgão deixou de existir quando o atual presidente Diego Hernández assumiu o cargo com a chegada de Sebastián Piñera à Presidência do Chile, em março de 2010.
A paralisação mobilizou mais de 40 mil funcionários ligados à empresa e fez com que 4.900 toneladas do metal deixassem de ser produzidas, representando uma perda de US$ 41 milhões, segundo cálculos da companhia.