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Chávez: a expansão da revolução bolivariana

O presidente Hugo Chavez, reeleito, anunciou para o mundo que uma nova era se inicia dentro projeto nacional bolivariano. O discurso manteve o padrão que sempre foi adotado pelo presidente: carismático, simpático, mas abstrato e vago.


Em sua declaração, Chavez disse a sua proposta se resume em quatro linhas com aprofundamento, ampliação, e expansão da revolução bolivariana e da democracia revolucionária na vida venezuelana até a concretização do socialismo.


Fica para a América a dúvida quanto à expansão da democracia bolivariana. Não se acredita que a postura do presidente em termos de política externa se alterará em relação ao que era. Pelo contrário, ela deve ser mantida, pois sua posição está fortalecida.


Confirmada a eleição com mais de 60%, ou seja, índice acima do que havia recebido anteriormente, Chavez não precisará respaldar seus atos diante do povo.


Já tem aprovação dos venezuelanos para qualquer projeção de poder que sejam necessários, pois essa foi a postura mais transparente que adotou ao longo do seu mandato. Agora, está confirmado que o povo venezuelano não se assustou com essa postura, aprovou-a e, com o aumento do índice de votos registrados, que pode ter gostado.


Acrescentando-se a isso, Chavez terá, ao longo do mandato, dois novos aliados que obrigarão seus antagonistas a desviar o foco das atenções e a dividir forças: Daniel Ortega, na Nicarágua, e Rafael Correa, no Equador.


Os EUA esperam que o presidente busque o diálogo e anunciaram que não tem interesse em confrontá-lo, pelo contrário, que, apesar de se considerarem os guardiões da democracia, não estão preocupados com o teor ideológico dos países com os quase se relacionam. A única exigência que fazem é que a democracia seja aprofundada, não se resumindo apenas ao voto.


Chavez já deu sinais de que manterá o barco no mesmo rumo. Dedicou a eleição ao seu amigo Fidel Castro e agulhou o presidente George W. Bush. Para completar, recebeu felicitações de seus irmãos muçulmanos.


O mundo esperava que se confirmasse a sua eleição, pois ele tem o controle da máquina política, da imprensa e do povo. Sabia-se que as chances de Rosales eram mínimas, porém o argumento de Rosales de que o povo não dizia a verdade nas pesquisas eleitorais com receios de represálias acabou sendo considerado verossímil e isso trouxe esperanças à oposição, aos antagonistas no continente e aos inimigos confessos.


Agora é esperar para ver em que consistirá o aprofundamento, ampliação e expansão do bolivarianismo e, eventualmente, o seu caminho até o socialismo de Chávez e como a região reagirá a tais planos.