Os prontuários, processos e procedimentos referentes ao atendimento médico do ex-presidente Tancredo Neves até a sua morte, em 21 de abril de 1985, viraram assunto de Justiça. O advogado Tancredo Augusto Tolentino Neves, filho do político, ajuizou ontem na Justiça Federal, em Brasília, um pedido de habeas data para que o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Conselho Regional de Medicina (CRM) Unidade Brasília repassem as informações necessárias para uma investigação histórica sobre o que aconteceu com o mineiro. Na ação, o autor alega que as informações são necessárias para satisfazer a família, que busca o "inencontrável consolo da morte", e para o desenvolvimento do trabalho do jornalista Luiz Mir, que prepara o segundo volume do livro O paciente: o caso Tancredo Neves. "Trata-se de investigação histórica sobre um dos momentos mais nebulosos e controvertidos da história republicana contemporânea, o qual teria sido determinante de muitos insucessos e retrocessos que se verificaram no intenso processo de redemocratização ocorrido nas últimas décadas", diz a ação. (Estado de Minas)