A presidente Dilma Rousseff aproveitou a troca de guarda no Ministério da Defesa e passou para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a negociação sobre a criação da Comissão Nacional da Verdade para investigar a prática de crimes contra os direitos humanos na ditadura. Cardozo é ex-parlamentar, tem amplo trânsito no Congresso, inclusive no PSDB e Democratas e credibilidade na esquerda diretamente envolvida no projeto. Um exemplo é a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), que tem restrições aos termos em que a negociação vinha sendo conduzida. Cardozo foi secretário de governo de Erundina quando a atual deputada era prefeita da cidade de São Paulo, na segunda metade dos anos 80. Além de Erundina, na trincheira dos que questionam o acordo negociado pelo ex-ministro Nelson Jobim estão o PSOL, algumas famílias de torturados, mortos e desaparecidos políticos e parte do PT, cuja principal expressão é o deputado Luiz Couto (SP). (Valor Econômico)