Há uma enorme expectativa em torno das próximas pesquisas eleitorais, tanto por parte da oposição quanto do governo. Todos querem saber qual o dano ou o benefício que a Copa pode ter trazido para a presidente Dilma Rousseff (PT).
O ponto é este: até onde o resultado do Mundial atrapalhou o projeto de reeleição de Dilma? E por quê? Pelo simples fato de que muitos disseminaram a ideia de que o evento ia ser um fiasco e que “não é possível que a Dilma passe incólume”.
O resultado de tudo, no entanto, foi o menos esperado. A Seleção foi muito mal em campo e a Copa foi muito bem, a ponto de os canadenses do The Globe & Mail, entre outros, sugerirem que o campeonato de futebol seja feito para sempre no Brasil.
Deus nos livre! É muito mais fácil ganhar a Copa fora do país do que em casa. Aqui a Seleção tem de jogar contra a Fifa, o governo, a oposição, a imprensa, a “sinistrose”, os argentinos e, ainda, contra os demais times.
Voltando ao ponto: qual a sensação que teremos nas pesquisas? Desconfio que menos negativa do que a oposição gostaria. E, também, menos positiva do que o governo tanto deseja. O primeiro momento deve ser mais ou menos, sem grandes mudanças para Dilma, o que, no limite, é muito bom para ela, já que a Copa era um “problemaço” em potencial.
Para a oposição, a Copa não foi boa. Não alavancou ninguém nem atrapalhou o governo. Com o final do evento, o cenário se abre para as eleições, mas a transição não será automática. O país ainda vai viver algumas semanas de letargia política, ajudada pelo recesso branco no Legislativo e pelas férias do meio do ano.
Em algumas semanas, a decepção das derrotas em campo e o sucesso do evento terão sido assimilados e o front das dificuldades da presidente será mesmo a economia, que não anda bem. Porém, a campanha começará de verdade com o início da propaganda eleitoral em rádio e TV, em 19 de agosto. Até lá, o debate vai seguir em ritmo lento, tropical e relaxado. O que, de certa forma, favorece Dilma, já que quanto menor e menos intensa for a campanha melhor para ela. Sem fato novo, a campanha será decidida pela “sensação térmica” da economia.