A decretação da ilegalidade da greve dos médicos de Brasília, que estão com salários atrasados, foi uma grande vitória do governador Rodrigo Rollemberg. Como ele já explicou, são justos os motivos dos grevistas, mas não é possível submeter a população à situação de indigência em que o setor se encontra. Principalmente porque os maiores prejudicados são as pessoas que não tem recursos para buscar tratamento fora do sistema público.
Com os poderes que a Justiça lhe assegurou, Rollemberg poderá tomar duas providências muito importantes para resolver a crise:
1) quebrar contratos celebrados com fornecedores, depois de submetê-los a uma auditoria para avaliar a dimensão das irregularidades cometidas, se existirem;
2) demitir médicos e contratar substitutos sem longos processos, como sindicâncias e demais etapas burocráticas, e concursos públicos complexos.
Ao final dos seis meses que o decreto lhe concede, o governador terá que entregar um sistema de saúde saneado de todas as mazelas de hoje, e sem desculpas para não realizar o trabalho mais completo possível. Ou seja: o sucesso político da decisão judicial cobrará um alto custo se o serviço a ser entregue não for de primeiríssima qualidade.