Na semana passada o presidente da Venezuela Hugo Chávez anunciou um pacote de medidas, o qual denominou de socialismo do século 21. Entre elas, a reestatização de empresas de telefonia e de todo o setor elétrico, fim da autonomia do Banco Central venezuelano e não-renovação de uma concessão de TV privada no país.

Parte do governo brasileiro exultou com a coragem, inteligência e espírito democrático de Chávez. Gostaria que Lula tivesse a mesma coragem de, por exemplo, cancelar a privatização da telefonia, reestatizar a Vale do rio Doce e a Embraer, entre outras.

Desconsideram, por exemplo, quanto de impostos empresas privatizadas pagam e pagaram ao Tesouro. Já as estatais penduraram contas no Tesouro e na Receita Federal que ficaram em aberto ou, como no caso do setor elétrico brasileiro, foram pagas por nós de maneira explícita.  

Dois pontos finais: desprezo a elite econômica venezuelana que permitiu tal acúmulo de fracassos que resultou no fenômeno Chávez e, ainda, que o desengajamento de nossa elite termine favorecendo, em médio prazo, situações com esta.

Na medida em que nosso governo não tem um correto discernimento de sua política externa, namore com soluções econômicas fracassadas e não marque posição em defesa de valores verdadeiramente democráticos, o nosso futuro continuará sendo mais ou menos.