Os grandes emergentes que integram o grupo dos Brics (Brasil, China, índia e Rússia) se reúnem a partir de hoje no balneário chinês de Sanya, pela primeira vez com a participação da áfrica do Sul, dispostos a mostrar que, apesar de suas profundas diferenças, buscarão um mínimo de convergência em assuntos espinhosos. Entre eles, o limite proposto pela França para os preços internacionais dos alimentos, a reforma na governança de entidades financeiras multilaterais como FMI e Banco Mundial, bem como no Conselho de Segurança das Nações Unidas, ações defensivas para evitar pressões cambiais e até metas de redução de emissão de gases do efeito estufa. A tarefa não é fácil, mas o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que os diplomatas dos cinco países dão os retoques finais em um comunicado conjunto explicitando o que poderia ser uma lista de posições comuns a ser divulgada ao fim deste terceiro encontro. Para especialistas e diplomatas envolvidos nas negociações, o maior trunfo do grupo dos Brics é servir como uma oportunidade de coordenação dos principais países emergentes para assuntos levantados nas discussões do G-20, o grupo de maiores economias do planeta.