O cenário de relativa incerteza no Brasil não reduziu, porém, o apetite das gigantes estrangeiras – afinal, a situação nos países desenvolvidos não é cor de rosa. A mais ambiciosa das multinacionais é a europeia EADS, que já está no País desde a década de 70, mas agora se prepara para um salto. O grupo decidiu que, até 2020, 40% de sua receita (que deve chegar a 80 bilhões) terá que vir de fora da Europa. Hoje, esse porcentual está ao redor de 20%. Diante da mudança, o Brasil tornou-se prioridade. A Cassidian, uma das empresas do grupo, vai abrir no Brasil seu primeiro centro de engenharia fora da Europa e pretende desenvolver softwares de defesa e segurança voltados para os problemas enfrentados nos países emergentes. Alguns desses sistemas poderão ser usados não apenas na área de defesa, mas na segurança das cidades e de eventos, como a Copa do Mundo. "Agora, são os emergentes que podem ajudar a Europa em seus problemas. Os países europeus estão enfrentando uma violência que não existia antes, a exemplo dos carros queimados na França e do quebra-quebra nas ruas de Londres", diz Christian Gras, presidente da empresa no Brasil. (O Estado de S.Paulo)