Mesmo que o governo consiga suspender o embargo russo às carnes brasileiras até dezembro, prazo considerado pelo Ministério da Agricultura, a Rússia pode impor mais uma barreira às exportações nacionais. A partir de 1º de janeiro de 2012 a união aduaneira (Rússia, Cazaquistão e Belarus), criada em julho de 2010, exigirá um atestado único de sanidade para todos os integrantes e não mais um por país. Cargas que não tiverem esse documento não poderão ser embarcadas para a união. O Ministério da Agricultura ainda não sabe como será sua ação após a medida. "Do jeito que está o quadro hoje, se os russos não flexibilizarem as exigências ou não mudarem a data, significa que a partir de 2012 ficaríamos impossibilitados de exportar. Seria complicado nos adequarmos. Teríamos que mudar a estrutura dos frigoríficos", diz uma fonte do ministério. Os três países definiram um conjunto de normas sanitárias específicas que devem ser seguidas para quem quiser acessar seus mercados. O atestado acompanha os produtos exportados e comprova que o a mercadoria atende as normas da união aduaneira. Como a Rússia não faz parte da Organização Mundial do Comércio (OMC), os procedimentos não seguem as regras definidas pela OMC. "Algumas regras são piores que as usadas por nós. Nós queremos apenas que eles aceitem a equivalência de processos, que são diferentes, mas que têm o mesmo objetivo: atingir a sanidade desejada", diz a fonte do ministério. (Valor Econômico)