Sem acordo para retirar as exigências de licença prévia de importação que violam as promessas de livre comércio do Mercosul, Brasil e Argentina concordaram ontem em um pacto de convivência, com o compromisso de "agilizar" a emissão dessas licenças e a sugestão de acordos "voluntários" de cotas de exportação à Argentina para um número limitado de setores industriais brasileiros. A ministra da Indústria argentina, Débora Giorgi, listou os setores em que quer limitar exportações brasileiras: calçados, têxteis (cama, mesa e banho), máquinas agrícolas, eletrodomésticos e freios e baterias de automóveis para o varejo. "A exigência de licenças de importação, no caso do Brasil, cobre um universo que não chega a 20% das exportações brasileiras à Argentina, que cresceram 34% no ano passado", ponderou Giorgi, ao afirmar que "definitivamente não faz parte da política industrial argentina reter produtos na alfândega ou atrasar licenças de importação." (Valor Econômico)