De Genebra A grande frente de negociação comercial para o Brasil em 2012 será o acordo de livre comércio Mercosul-União Europeia (UE), afirmou ontem o subsecretário de Assuntos Econômicos do Itamaraty, embaixador Valdemar Carneiro Leão. A Europa está em crise, a maioria dos países em recessão, a demanda em declínio. Mas o governo brasileiro vê chance de avançar a negociação birregional, até porque a aprovação do acordo nos parlamentos e depois a liberalização recíproca vão demorar anos. Para produtos mais sensíveis, o corte de tarifas ocorrerá gradualmente ao longo de 15 anos. A tentativa brasileira ocorre em meio ao fiasco da Rodada Doha. Na conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), hoje e amanhã em Genebra, não há entendimento nem mesmo sobre eventuais acordos "plurilaterais" para antecipar a liberalização específica. Cada país tem seu próprio interesse. Em meio à deterioração econômica e ao aumento do desemprego, a pressão política é por protecionismo, não por abertura de mercado. (Valor Econômico)