O presidente da Bolívia, Evo Morales, negou que o financiamento do governo brasileiro para a construção de uma rodovia, que passará por uma reserva natural do país e cuja construção tem causado protesto entre a população indígena, dependa da aprovação das comunidades locais.
Segundo a agência Efe, Morales declarou que os desembolsos não estão sujeitos à condição de as etnias serem consultadas, como informou a imprensa local, citando declarações do embaixador brasileiro em La Paz, Marcel Biato.
Biato disse que o financiamento para o segundo lance será concedido "quando na Bolívia terminarem os estudos de impacto ambiental que estão em curso", o que implicaria em dialogar com as comunidades.
Os indígenas da Amazônia e ecologistas que se opõem ao projeto destacaram nesta quinta-feira a posição do Brasil divulgada na imprensa, mas fontes da embaixada brasileira na Bolívia disseram à EFE que o embaixador foi "mal-interpretado".
O mandatário boliviano inaugurou no último mês de junho a construção da estrada que terá mais de 300 km e demandará um investimento de US$ 415 milhões, dos quais US$ 332 milhões serão financiados pelo Brasil.