O Relatório de Inflação, divulgado ontem, mostrou um Banco Central mais duro e atento aos riscos inflacionários. O ponto mais frágil apontado pela autoridade monetária é o mercado de trabalho, com taxas de desemprego persistentemente baixas, renda do trabalhador em alta, uma série de dissídios programados para o segundo semestre, além do reajuste do salário mínimo programado para o próximo ano — que pode ser de 14%. Além disso, voltaram ao radar do BC temas críticos, como a indexação da economia, que "eleva os custos da desinflação", e a preocupação com as expectativas de mercado, ainda em alta."O Copom pondera que o principal risco é que o aumento da inflação nos últimos meses seja transmitido ao cenário prospectivo, em contexto de estreita margem de ociosidade nos mercados de fatores – em especial no de trabalho – e de descompasso entre as taxas de crescimento da oferta e da demanda. Esse risco pode se agravar pela presença, na economia, de mecanismos que favorecem a persistência da inflação", resume o documento oficial. (Valor Econômico)