O Banco Central (BC), ao iniciar no final de agosto um ciclo de corte da Selic, a taxa básica de juros, optou por manter o crescimento acima de 3% em 2012. Se os cortes tiverem a dimensão projetada por boa parte do mercado, porém, a inflação em 2012 deve ficar por volta de 5,5%, ainda bem acima do centro da meta de 4,5%. Essa é a visão do economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, que prefere não julgar a escolha do BC. Goldfajn participou da reunião conjunta do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial em Washington, de 23 a 25 de setembro, e acha que a maior dificuldade para se encontrar uma solução para o problema europeu é político. Para ele, as chances de um cenário de ruptura aumentaram, embora sua projeção principal ainda seja de desaceleração intensa no mundo rico, mas sem um grande desastre. (O Estado de S.Paulo)