Sob uma pesada atuação do Banco Central (BC) na semana e um clima de aversão a risco crescente nos mercados financeiros internacionais, o dólar comercial avançou ontem pelo quinto pregão seguido e escalou para um patamar próximo a R$ 1,90. A moeda americana fechou em alta de 0,11%, cotada a R$ 1,882, o maior valor desde 25 de novembro do ano passado. Pela manhã, chegou a ser vendida a R$ 1,894 na expectativa de mais uma intervenção do BC, o que não aconteceu. Desde a última sexta-feira, a autoridade monetária havia retirado US$ 4 bilhões de circulação do mercado, com leilões de compra no mercado à vista, segundo estimativas. O câmbio acumula agora alta de 0,70% no ano, uma das raras valorizações da moeda americana no mundo. Em 12 meses, avança 19,80% ante o real, o maior ganho entre as principais divisas. Segundo especialistas, a escalada do dólar pode, no entanto, estar perto do fim. Alguns acreditam que a moeda vai passar a oscilar entre R$ 1,85 e R$ 1,90, o que seria o patamar desejado pelo governo e pelas empresas exportadores brasileiras. (O Globo)