Ação conciliatória ou veto. é o recado dado pela presidente Dilma Rousseff aos líderes da base aliada no Senado depois da derrota sofrida pelo governo na aprovação do Código Florestal na Câmara. O texto chega com dois principais espinhos: a anistia aos desmatadores que destruíram áreas protegidas antes de julho de 2008 e a polêmica Emenda nº 164, que concede aos estados o poder de apontar as atividades produtivas que justifiquem a regularização de áreas de preservação permanente (APPs). Para reformar o texto aprovado na Câmara, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), pediu ao Planalto pelo menos 90 dias para convencer a base e descartou votar a matéria até 11 de junho, quando vence o decreto presidencial que poderá colocar 90% dos produtores rurais na ilegalidade. Jucá pretende convencer os ruralistas de que nada adianta aprovar texto que agrada a categoria, mas que certamente será vetado por Dilma. A estratégia do líder do governo para ganhar tempo e fazer o ajuste fino do código é fazer o projeto passar por pelo menos três comissões, cada uma com um relator diferente. "Estamos solicitando que o governo reedite o decreto dando mais prazo. Temos condições de aperfeiçoar o relatório. A ideia é que a base fique unida. A maior parte do trabalho a Câmara já fez, o projeto é bom, 98% da proposta está no caminho, temos que fazer alguns ajustes", afirma Jucá. (Correio Braziliense)