Após um ano de forte quebra na safra de cana-de-açúcar, oferta de etanol apertada e interferências relevantes do governo no mercado, o segmento sucroalcooleiro tem poucas perspectivas de mudança em 2012 por conta da estagnação de seu ritmo de crescimento. Apenas uma ou duas usinas novas deverão entrar em operação – na temporada 2008/09, auge da febre do etanol no país, foram 30 -, e a esperança é que as margens aumentem para que a expansão dos canaviais volte a ganhar impulso nos anos seguintes. O etanol segue no epicentro dessa inércia, que começou com a crise mundial emergida em 2008. Intensivas em capital e com custos de produção elevados, as usinas ostentaram, nesta safra 2011/12, preços de etanol hidratado 33% mais elevados do que entre maio e dezembro de 2010, segundo o Cepea/Esalq, mas insuficientes para estimular novos investimentos. "Esses preços remuneram quem já está no setor, mas não novos projetos", afirma Pedro Mizutani, vice-presidente da Raízen (Cosan / Shell), maior empresa produtora de açúcar e etanol do Brasil. (Valor Econômico)