A tão aguardada janela de captações externas, espaço que tradicionalmente se abre no mercado internacional em setembro para lançamentos de papéis de dívida ou ações por empresas brasileiras, pode ficar comprometida com a recente piora da aversão ao risco, especialmente para emissões em reais. Ontem, os mercados globais enfrentaram nova rodada de deterioração, com reflexos diretos para a economia brasileira. O dólar operou em forte alta, com a cotação beirando o patamar de R$ 1,80, antes de fechar cotado a R$ 1,78 – valorização de 2,71%. Em parte, a volta dos temores de um calote da dívida soberana da Grécia puxou o preço da moeda americana ao redor do mundo. Internamente, a perspectiva de desvalorização do real intensificou a especulação, com bancos e investidores reforçando a aposta nessa direção e fazendo a moeda brasileira perder mais valor que outras. (Valor Econômico)