Em fevereiro, a ministra da Indústria argentina, Débora Giorgi, aproveitou um evento na embaixada brasileira em Buenos Aires para manifestar seu entusiasmo pela decisão da Vale de investir US$4,6 bilhões na exploração de cloreto de potássio na província de Mendoza. Trata-se do maior investimento privado na História do país. Dois meses depois, a Vale corre o risco de ter sua concessão cassada, caso não apresente todos os detalhes de seus planos de investimento ao governo provincial em um prazo de 30 dias. O governo provincial de Celso Jaque, aliado da presidente Cristina Kirchner, acusou a mineradora de violar dois artigos do Código Nacional de Mineração, que estabelecem, entre outras exigências, a obrigação de entregar às autoridades provinciais (encarregadas de administrar este tipo de licitações) "uma estimativa do plano e montante dos investimentos de capital fixo a serem efetuados". O governo questionou ainda o descumprimento de acordo para contratar pelo menos 75% da mão de obra na região e exigiu maior participação das empresas locais na venda de bens e serviços à Vale, como prevê o programa "Compre mendocino". A empresa não que comentar o assunto.