No último dia 10 de abril, a presidente Dilma Rousseff completou 100 dias de governo desde a posse do seu segundo mandato. Levantamento da Arko Advice sobre o apoio do Congresso ao Executivo em votações de interesse do Planalto em comparação com os 100 dias do primeiro mandato confirma a deterioração no relacionamento entre os dois Poderes.
O estudo revela que a situação na Câmara é mais delicada do que no Senado. Em 2011, a média de apoio do governo na Câmara foi de 57,42%. Neste ano, chegou a 38,98%.
Além disso, no seu primeiro mandato, o Executivo não foi derrotado em nenhuma votação de seu interesse. Em 2015, foram 15. Vale destacar que, até aqui, foram realizadas 44 votações nominais e abertas no Plenário da Câmara de interesse do governo. No mesmo período de 2011, foram apenas 18. Isso mostra o aumento do ritmo na atividade legislativa imposta pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
No Senado, não houve alteração significativa entre 2011 e 2015. O governo não sofreu nenhuma derrota em votações nominais nos dois períodos e o grau de apoio nos primeiros dias de 2011 foi de 58,33% contra 56,04 neste ano. Foram analisadas 8 votações no primeiro mandato e seis no segundo.
O maior constrangimento sofrido pela presidente no Senado, neste ano, foi a devolução da medida provisória pelo presidente Renan Calheiros que tratava da desoneração da folha de pagamento.
As perspectivas para os próximos três meses são melhores tendo em vista à mudança promovida pela presidente na coordenação política.
A entrada do vice-presidente Michel Temer deve acalmar os ânimos na base, em especial no PMDB. A média de apoio dos deputados do partido no primeiro trimestre de 2011 atingiu a marca de 69,55%. Agora, foi 36,51%. Também houve queda no Senado (de 62,50% para 57,77%).