A percepção de que a economia internacional tem se distanciado de um quadro de ruptura, o que daria contornos de maior gravidade à crise econômica global, tem contribuído para enfraquecer as apostas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduzirá a taxa básica de juros (Selic) a um patamar abaixo de 9,50% ao ano em 2012. Os indicadores sobre a economia norte-americana, segundo o economista Homero Guizzo, em relatório distribuído nesta terça-feira, 3, pela LCA Consultores, têm se saído melhor do que o esperado e números recentes afastam os riscos de uma desaceleração abrupta da economia chinesa. Também não têm se confirmado as previsões de que a economia europeia se manteria em queda. No âmbito doméstico, tomando como base o conteúdo mais conservador do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro, a economista Zeina Latif também diz não ver, por ora, razões para a autoridade monetária alterar a política de afrouxamento da política monetária. Ela acredita, contudo, que uma taxa de 9,50% ao ano estaria de bom tamanho. "O BC mostra-se confiante em sua estratégia. Vê piora no cenário internacional, devendo as commodities ter comportamento benigno e, do lado doméstico, vários fatores são citados, onde moderação é a palavra de ordem: moderação de atividade e inflação", observa a economista. (Agência Estado)