A transcrição dos diálogos da cúpula do governo Arruda e que integram um ampla investigação da Polícia Federal é uma bomba na sucessão local.
Veja uma análise inicial do episódio.
1. Reeleição mais difícil para Arruda
De cara, Arruda – mesmo que não sofra impeachment nem se torne inelegível – terá uma campanha mais difícil para reeleição. O escândalo fragiliza e divide sua base política, além de alcançar aliados importantes. Dependendo dos desdobramentos, Arruda pode preferir disputar o Senado e deixar Paulo Octávio na disputa direta contra Roriz e
2. PT de Brasília mais forte para a campanha.
O episodio jogou no colo do PT o discurso que precisava para fazer de Agnelo Queiroz um candidato ainda mais forte.
3. Roriz é indiretamente afetado
A situação de Joaquim Roriz no episódio é muito desconfortável. No entanto, seu envolvimento é indireto na medida que algumas atitudes do governo Arruda se comunicam com a sua gestão. Por exemplo, o desmonte da Codeplan. Porém, o fato de não estar diretamente envolvido o resguarda. Um pouco, pelo menos.
4. Oposição nacional se enfraquece
Arruda é o único governador do DEM e ainda mantém grande influência no PSDB local. Assim, o episódio fragiliza tanto a campanha nacional do PSDB quanto o poder do DEM como partido. No Congresso, a posição da oposição contra o governo Lula fica comprometida por um tempo pelo menos. No DF, o palanque do aliança PSDB-DEM deve ficar enfraquecido.
5. Impeachment ainda é improvável
Mesmo considerando a gravidade das denúncias, um processo de impeachment não deve prosperar pelo simples fato de que a base governista controla da Câmara Distrital de Brasília. A sobrevivência política do grupo, por enquanto, ainda depende da manutenção de Arruda no comando.