Murillo de Aragão
No primeiro debate presidencial do segundo turno, Geraldo Alckmin cumpriu o seu papel e largou
O debate mostrou Alckmin muito bem preparado e consistente. Lula teve apenas alguns bons momentos. Em pelo menos três dos cinco blocos, Alckmin se saiu melhor.
Ele começou agressivo e encurralou Lula com a pergunta sobre a origem do dinheiro usado na compra do dossiê Tabajara. Lula se enrolou na resposta.
Nos dois blocos seguintes, Alckmin e Lula tiveram um desempenho semelhante, apesar da melhor postura do candidato oposicionista. Nos dois blocos finais, o tucano voltou a pontificar.
Algumas vezes, Lula tentou atacar, quase sempre mostrando despreparo e desinformação. Como nas acusações sobre os aviões do governo de São Paulo e as escolas de lata existentes no estado. Ambas foram frontalmente desmentidas por Alckmin.
É verdade que Lula tentou carimbar episódios obscuros da Era FHC como marcas inquestonáveis de corrupção transitadas em julgado privatizações sob suspeita, compra de votos para a reeleição, ligação de Eduardo Azeredo com Marcos Valério, origem de sanguessugas e vampiros nos oito anos de Fernando Henrique, denúncias contra Barjas Negri e arquivamento em massa de CPIs no governo Alckmin. Mas foram golpes mal encaixados de um lutador que passou a maior parte do tempo na defensiva.
Nas considerações finais de ambos, a vantagem de Alckmin foi evidente, a ponto de a platéia encerrar o debate com uma ruidosa salva de palmas para o candidato tucano.
Na saída, o desânimo da comitiva de Lula era transparente. Irritado com o seu desempenho, e aparentemente culpando assessores por isso, Lula abandonou o estúdio rapidamente. Deixando para trás pastas e material de consulta que foram recolhidos pelo governador eleito da Bahia Jacques Wagner.
Segundo informações apuradas na Band após o debate, o Ibope realizou pesquisa telefônica