Até 1º de janeiro deste ano, a população do Distrito Federal assistiu a um governador eleito, José Roberto Arruda, e seu vice, Paulo Otávio, serem afastados por suspeita de corrupção. Sucedeu-lhes Roberto Rosso, cuja marca foi o abandono da cidade decorrente da ineficiência administrativa. Agnelo Queiroz (PT) assumiu o Palácio do Buriti em ambiente de alta expectativa de que alterasse essas rotinas que tomaram da capital da República. O novo governador, porém, conseguiu intensificá-las. O dia-a-dia do seu governo é marcado por denúncias de corrupção, muitas de irregularidades e desmandos da época em que o governador foi ministro do governo Luiz Inácio Lula da Silva, que atingem diretamente o governador e seus principais auxiliares, boa parte delas incrementadas com fatos controversos que só ampliam a folclórica política local. Na semana passada, o policial João Dias, o mesmo que denunciou a corrupção no Ministério do Esporte (de onde saiu Agnelo), entrou no Buriti com R$ 159 mil em espécie para, segundo ele, devolver parte da propina que recebera do homem-forte do governo, o secretário da Casa Civil, Paulo Tadeu (PT). O dinheiro teria por objetivo dar um "cala-boca" em Dias e impedir que ele denunciasse esquemas de corrupção de Agnelo. Tadeu nega. (Valor Econômico)