Customize Consent Preferences

We use cookies to help you navigate efficiently and perform certain functions. You will find detailed information about all cookies under each consent category below.

The cookies that are categorized as "Necessary" are stored on your browser as they are essential for enabling the basic functionalities of the site. ... 

Always Active

Necessary cookies are required to enable the basic features of this site, such as providing secure log-in or adjusting your consent preferences. These cookies do not store any personally identifiable data.

No cookies to display.

Functional cookies help perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collecting feedback, and other third-party features.

No cookies to display.

Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics such as the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.

No cookies to display.

Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.

No cookies to display.

Advertisement cookies are used to provide visitors with customized advertisements based on the pages you visited previously and to analyze the effectiveness of the ad campaigns.

No cookies to display.

Exibir tudo

Agenda pós-impeachment

Blog do Noblat – 07/07/2016
Por Murillo de Aragão
10
Falando direta e objetivamente, as agendas do presidente interino Michel Temer e da presidente afastada Dilma Rousseff são muito claras. Temer quer se consolidar como presidente da República após a declaração do impeachment de Dilma. Esta, pelo seu lado, luta para retornar ao cargo com a derrubada do pedido.
Em pouco menos de 60 dias, Temer está levando vantagem. Avançou na agenda fiscal, aprovou um par de medidas interessantes e fechou um acordo com os governadores que se arrastava há tempos. Já Dilma nada fez para aumentar suas chances de retomar o poder. Afastada com um voto a mais do que necessário para o afastamento definitivo, a contagem de votos lhe é cada vez mais desfavorável. Hoje são cerca de 58 senadores a favor do impeachment.
A diferença de performance entre um e outro era mais do que esperada. Temer tratou de reforçar o diálogo político, construiu um núcleo econômico de notáveis e um ministério politicamente forte.

Dilma estimulou o “mi-mi-mi” do golpe e os ataques às instituições nacionais. Não construiu uma narrativa para se defender nem um discurso sobre o que fará caso volte à Presidência. No campo econômico, assiste à discreta melhora do ambiente sem esboçar reação. Suas aparições na mídia são cada vez mais pálidas. Sua defesa no Senado é irritante, quando se pretendia épica. Tudo indica que se tornará um fantasma da política nacional, inelegível e solitária.
Temer, a cada dia, se consolida como presidente de fato e de direito. Após agosto, sua institucionalidade deverá ser plena. No entanto, os desafios continuam imensos nos campos econômico, político e judicial.
No campo econômico, a discreta melhora dos indicadores deve ser estimulada por novas medidas. A paciência do mercado com o governo é grande, mas não infinita. A agenda fiscal deve continuar a avançar. Retrocessos, como no caso do capital estrangeiro na aviação civil, não devem ocorrer sob pena de demolir a confiança do governo.
No campo político, o Planalto será testado, mais uma vez,  na sucessão do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quando for afastado da presidência da Câmara.  Dois blocos de aliados se debatem: um mais institucional, com PMDB, PSDB, DEM e outros; e outro mais operacional, o Centrão, com PSD, PTB e uma plêiade de legendas médias e pequenas.
Mesmo sendo uma presidência de transição, será importante para o governo e para o país que o novo comando da Câmara não perca o foco na agenda fiscal. Em especial, no que toca ao limites de gastos públicos.
No campo judicial, o debate se refere aos efeitos da Operação Lava-Jato e suas operações sucedâneas. Fica evidente que o mundo político continuará a ser atingido frontalmente. Duas dúvidas são capitais: o governo Temer será afetado pelas investigações? Quando começa a pré-campanha para 2018?
Dificilmente a Lava-Jato inviabilizará o governo Temer. Porém, não serão tempos fáceis, dada a exposição de partidos da base governista nas investigações. Novas delações premiadas estão a caminho e os julgamentos de políticos se darão no Supremo Tribunal Federal, sob intensa pressão da opinião pública.
Para obter uma blindagem mínima frente às turbulências do período, o governo Temer precisará dar uma resposta efetiva às expectativas dos campos fiscal e econômico. E mostrar que o país mudou de rumo e caminha para uma época mais próspera e de maior dinamismo econômico.
Para tal, o governo deve adotar medidas desburocratizantes para os investimentos. E buscar uma abordagem menos intervencionista deve prevalecer nas PPPs e concessões. Existem bilhões de dólares disponíveis no mundo esperando o Brasil  ser mais pragmático no trato com quem quer investir e gerar renda, emprego, tributos e divisas.
Com relação à 2018, vale destacar que a campanha pré-eleitoral irá ter seu início já no ano que vem. O que irá, sem dúvida, afetar a agenda legislativa do atual governo. Assim, o avanço da agenda no Congresso pode ocorrer em uma janela de oportunidade que se abre no pós-impeachment e vai até o final do ano que vem. Em sendo bem aproveitada, o ganho para o país será imenso.

O resgate do modelo energético começa por enfrentar a realidade
7 de julho de 2016
Agenda pós-impeachment
7 de julho de 2016