Entra ano, sai ano e as obras de modernização do Aeroporto Santos Dumont, que se arrastam desde 2004, não chegam ao fim. Pior que isso: em vistoria que realizou na semana passada, o deputado federal Otávio Leite (PSDB), da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara, se surpreendeu ao constatar que o segundo e o terceiro pisos do antigo terminal do Santos Dumont, onde ocorreu um incêndio em 1998, estão abandonados e aguardando ser recuperados há 13 anos. – Temos verdadeiros esqueletos no Santos Dumont, espaços que poderiam ser aproveitados. é lamentável o volume de recursos que é perdido pela administração pública. O aluguel de uma loja pequena no aeroporto, que tanto precisa de serviços para os usuários, custa R$50 mil – diz Leite. Em resposta a um requerimento de informações feito pelo deputado, o presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Antônio Gustavo Matos do Vale, alegou que as obras contratadas em 2004 foram suspensas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em outubro de 2007. Na ocasião, auditores do TCU identificaram superfaturamento. Quando o tribunal deliberou sobre a paralisação das obras, o ministro relator Raimundo Carreiro disse que a Infraero já tinha gasto R$45,6 milhões além do necessário. Diante disso, o Ministério Público recomendou que não fossem efetuados novos pagamentos ao consórcio que realizava as obras. E o caso acabou na Justiça Federal: o consórcio move duas ações, cobrando parcelas vencidas e reequilíbrio econômico-financeiro. (O Globo)