A novidade da rodada de convenções encerrada no final de semana foi a unidade do PSDB, lograda pelo método mineiro do candidato do partido, Aécio Neves, que na reta final enfrentou risco apenas no principal colégio eleitoral, São Paulo. Em nível nacional, o senador fechou um arco de alianças que fortalece sua candidatura no Sul e Sudeste, e reedita a política café com leite (chapa formada por São Paulo e Minas), os dois maiores colégios eleitorais. Além disso, abriu uma dissidência no PMDB do Rio de Janeiro e estabeleceu boas negociações no Nordeste. Segundo o jornalista João Bosco, do Estadão, no Paraná e Santa Catarina, eleitorados com histórico antipetista, o PSDB alimenta legítima expectativa de vitória, repetindo 2010, e no Rio Grande do Sul, a aliança com o PP deve render bons resultados.
A senadora Ana Amélia está na frente nas pesquisas de intenção de voto, valendo-se do desgaste do governo Tarso Genro, do PT. No Nordeste, Aécio tirou proveito da dissidência governista na Bahia, importante colégio eleitoral, onde pela primeira vez as duas mais importantes famílias políticas, adversárias históricas, pela primeira vez sobem no mesmo palanque. Geddel Vieira Lima (PMDB) e ACM Netto (DEM) se uniram e lançaram Paulo Couto, líder das pesquisas eleitorais. Ali a presidente Dilma não deve obter o mesmo resultado da última eleição. Outro estado com chances de vitória para a oposição é o Ceará, onde o PMDB uniu-se ao PSDB numa chapa que tem o senador Eunício de Oliveira como forte candidato ao governo e Tasso Jereissati ao Senado. O governo aliou-se ao PROS, partidos dos irmãos (Ciro e Cid Gomes), preferidos pela presidente.
A disputa ficou um pouco mais equilibrada, embora a Dilma Rousseff ainda mantenha o favoritismo.