O provável candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, senador Aécio Neves (MG), também enfrenta desafios (externos e internos). Aécio, que foi igualmente surpreendido pela aliança entre Eduardo Campos e Marina Silva, trabalha para evitar que a candidatura do PSB cresça a ponto de inviabilizar sua participação no segundo turno.
é por isso que o senador, ao palestrar em um evento realizado em Nova York, na semana passada, deu “boas-vindas” aos ex-ministros de Lula (Eduardo e Marina) à oposição. Trata-se de uma estratégia para se credenciar como principal nome da oposição e tentar esvaziar a proposta de terceira via.
Além de buscar um discurso nesse novo cenário político que se desenha com o surgimento de uma segunda candidatura alternativa no campo da centro-esquerda, o PSDB corre atrás de aliados.
Embora a aliança com o DEM seja uma tendência para 2014, o PPS, outro partido importante de oposição ao lulismo, flerta também com o PSB. O mesmo ocorre com o SDD, partido criado pelo deputado federal Paulinho da Força (SP), que seria interessante não só para ampliar o tempo de TV de Aécio Neves, como para lhe garantir a estrutura da Força Sindical. Apesar do desejo de Aécio de contar com o apoio do PP, essa possibilidade parece mais distante. Ao que tudo indica, o mais provável é que o PSDB consiga, na melhor das hipóteses, apoios regionais isolados dos progressistas.
Outro desafio para Aécio localiza-se no próprio PSDB. Mesmo com o discurso do ex-governador José Serra de enfrentar o PT, quando anunciou sua permanência no ninho tucano, a unidade em torno de Aécio continua um desafio. Depois do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) ter afirmado que o partido ainda não definiu seu candidato, Serra, ao participar na semana passada de uma palestra no Rio Grande do Sul, ao ser perguntado se é candidato a presidente afirmou: “As questões eleitorais, de candidatura, são coisas para o ano que vem. é tudo muito cedo e, aliás, o inesperado já mostrou sua presença na aliança entre Eduardo Campos e Marina Silva”.
Questionado sobre a possibilidade de prévias no PSDB, o ex-governador afirmou que “é um assunto para ser abordado a partir de março do ano que vem”. Conforme podemos observar, ao mesmo tempo em que José Serra não diz se é candidato também não fala que Aécio Neves será o representante dos tucanos na disputa presidencial.
Isso pode ser avaliado como um sinal de que ele aguarda a movimentação das peças no tabuleiro para realizar seus próximos passos, o que representa um obstáculo permanente para Aécio no ninho tucano.