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Acordos salariais já refletem inflação e desaquecimento

O céu de brigadeiro de 2010 para os reajustes salariais parece mais distante do que os seis meses incompletos deste ano podem indicar. O ritmo de crescimento da economia é menor, a inflação é mais elevada e, além disso, o governo federal move, desde o início do ano, uma política de aperto na atividade que começa a chegar nas negociações do funcionalismo. O rendimento médio real dos trabalhadores cresceu apenas 1,9% em abril deste ano, na comparação com o mesmo mês do ano passado – a alta chegou a ser de 6,5% reais em outubro de 2010, na comparação anual. A combinação virtuosa entre inflação baixa e a concentração de negociações dos sindicatos mais fortes e organizados, entre setembro e outubro, foi embora – o salário habitualmente recebido pelos trabalhadores em abril foi 2,8% menor, em termos reais, que o embolsado em outubro. Usada na maioria das negociações salariais, a inflação medida pelo índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que acumulara 4,6% nos 12 meses terminados em setembro de 2010, chegou a 6,4% nos 12 meses terminados em maio deste ano – em maio e junho do ano passado, o INPC acumulara 5,3% e 4,7%, respectivamente. Assim, o reajuste de 8,5% nos salários dos três mil trabalhadores da indústria têxtil de Curitiba, concedido em maio de 2010, representou elevação de 3,2% acima da inflação nos salários. Já neste ano, ainda que com um reajuste apenas um pouco inferior – de 8% nominal -, o ganho real caiu pela metade. O quadro se repetiu para os 180 mil comerciários do Rio de Janeiro, cujo ganho real de 0,4% conquistado neste ano foi quatro vezes menor que o recebido no ano passado. (Valor Econômico)