Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies.
We use cookies to help you navigate efficiently and perform certain functions. You will find detailed information about all cookies under each consent category below.
The cookies that are categorized as "Necessary" are stored on your browser as they are essential for enabling the basic functionalities of the site. ...
Necessary cookies are required to enable the basic features of this site, such as providing secure log-in or adjusting your consent preferences. These cookies do not store any personally identifiable data.
No cookies to display.
Functional cookies help perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collecting feedback, and other third-party features.
No cookies to display.
Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics such as the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.
No cookies to display.
Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.
No cookies to display.
Advertisement cookies are used to provide visitors with customized advertisements based on the pages you visited previously and to analyze the effectiveness of the ad campaigns.
No cookies to display.
Apesar do avanço relevante na agenda das reformas a partir de 2016, ao tratarmos das reformas tributária e administrativa estamos lidando com temas remanescentes do século XX. E com muito atraso. Além disso, estamos atrasados por não termos um Banco Central independente, um novo marco regulatório para o saneamento e mais segurança jurídica para concessões, entre outras tantas carências para que o Brasil deslanche seu potencial econômico e humano. Em tempo: a questão do saneamento é tema do século XIX que teima em prosseguir em nossa agenda.
Na prática, o Brasil vem evoluindo com o freio de mão puxado. Xenofobia, intervencionismo estatal, burocracia, corrupção e corporativismo se abrigaram em um nebuloso arcabouço nacionalista-esquerdista que andou predominando no imaginário político. Apenas após o providencial impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, conseguimos destravar a agenda. Mesmo assim, ainda perdemos muito tempo.
Como o futuro não espera, vai arrombando as portas e nos deixando para trás com as agendas do passado nas mãos. E, para atender a essas agendas, temos quase 2 milhões de bacharéis em direito, entre outras muitas inutilidades para os tempos atuais. No entanto, não temos engenheiros e matemáticos para os desafios do presente. E, se não temos profissionais suficientes para a agenda de agora, imagine para a agenda do futuro.
“Temos 2 milhões de bacharéis, entre outras muitas inutilidades para os tempos atuais”
Parte significativa do contingente de desempregados de agora não tem empregabilidade na economia de hoje e dificilmente terá espaço na economia do futuro. E esse quadro tende a se agravar, devido ao baixo investimento em educação e em pesquisas no país. Muitos continuarão dependendo de políticas assistenciais do governo.
De um lado, milhões de empregos serão extintos pelo uso intensivo da inteligência artificial. O Banco Mundial calcula que 800 milhões de postos deixarão de existir no mundo até 2030. De outro lado, a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação estima que em 2024 teremos um déficit de mão de obra qualificada para o setor em cerca de 50% da oferta. Estamos entre a cruz e a espada: extinção de empregos por causa da tecnologia e carência de profissionais para lidar com os novos tempos. O Brasil deve, sob pena de perder o expresso do futuro, acelerar o encerramento das agendas do século XX e começar a trabalhar com afinco nas agendas do século XXI. Lembrando que a agenda de reformas e todas as modernizações aqui mencionadas não bastam para nos levar a um futuro promissor, servem somente para nos colocar novamente em posição de olhar para o futuro com um pouco mais de realismo.
A sociedade não pode assistir à última carga da cavalaria como se zerar as agendas do século XX fosse suficiente. Não é. Precisamos romper a lentidão que sempre dominou o tempo na máquina pública, interessada mais em si mesma do que no país. As reformas do século XX foram batalhas em trincheiras. No século XXI, serão travadas com drones e hackers. Não estamos preparados. Portanto, temos de pensar urgentemente no longo prazo, mas agir em curtíssimo prazo.