A crise ética decorrente do escândalo de corrupção na Petrobras, os problemas econômicos, a redução de direitos trabalhistas e o aumento de impostos tornam o cenário político favorável à oposição.
No entanto, principalmente no PSDB, suas principais lideranças passam uma mensagem ambígua em relação a como fazer o enfrentamento político com o governo. É o caso, por exemplo, dos senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e José Serra (PSDB-SP), que optam por discursos genéricos contra o PT.
Candidato derrotado pela presidente Dilma Rousseff na última eleição presidencial, Aécio tem sido mais objetivo e contundente, acusando Dilma de ter cometido “estelionato eleitoral”. Seu propósito é colar na presidente a imagem de “mentirosa”. Também tem “batido” em temas como “corrupção e incompetência administrativa”.
Serra prefere atingir o governo na esfera econômica. Na semana passada, fez um discurso de mais de 50 minutos na tribuna do Senado em que criticou as opções econômicas não apenas do governo Dilma, mas também da gestão do ex-presidente Lula.
Já os senadores tucanos Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) flertam com teses favoráveis ao impeachment. Posição que, por enquanto, é rechaçada pelo ex-presidente Fernando Henrique, assim como pelos governadores Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e Beto Richa (PSDB-PR).