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A negociação entre PSDB e PSB em São Paulo, por Murillo de Aragão

Disposto a evitar o lançamento de candidatura do PSB ao Palácio dos Bandeirantes ou uma aliança com o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD), o governador de São Paulo (SP), Geraldo Alckmin (PSDB), pretende firmar uma aliança com o PSB no estado. Ao que tudo indica, Alckmin deverá oferecer ao partido do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, a vaga de vice-governador ou uma vaga ao Senado na sua futura aliança.

O acordo entre PSDB e PSB em São Paulo é importante para Alckmin e também para Campos. Alckmin precisa do PSB para afastá-lo de Kassab, mas também para tirar um possível aliado do PT no segundo turno da disputa paulista. Campos, por sua vez, ainda precisa de um palanque forte no maior colégio eleitoral do país.

Apesar disso e de Geraldo Alckmin querer definir a aliança com o PSB em SP o mais rápido possível, Eduardo Campos desejar adiar a definição dos rumos de seu partido no Estado. Eduardo quer ter clareza de como estará o cenário político nacional antes de selar o destino do PSB no maior colégio eleitoral do país.

 

Eduardo teme que, uma eventual desistência de Aécio Neves (PSDB) em disputar o Palácio do Planalto, abrindo caminho para o ex-governador José Serra (PSDB)-hipótese pouco provável nesse momento- o acordo entre PSDB e PSB em SP não continuaria prevalecendo.
Além da questão nacional, o PSB tem também a possibilidade de lançar a candidatura de Walter Feldman ao governo paulista ou então apoiar o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD).

 

 

Outro ponto importante de ser destacado é que, embora a aliança PSDB e PSB em SP possa ser positiva para Alckmin e Eduardo, ela traz riscos para o senador Aécio Neves (MG).
Recentemente, durante encontro com a bancada federal do PSDB em Brasília, Aécio teria orientado o desmonte dos palanques duplos que haviam sido negociados com o PSB por enxergar nisso um risco para ele. O senador teme que, como ele e Eduardo Campos devem disputar uma vaga no segundo turno contra Dilma, esses palanques duplos acabem beneficiando o PSB. 

 

Em função dos interesses políticos de Alckmin em São Paulo (ter o PSB ao seu lado), Aécio Neves trabalha nos bastidores para construir a chamada política da boa vizinhança com o PSB. Ou seja, Aécio quer abrir um canal de diálogo com o partido de Eduardo Campos sem que isso lhe cause problemas, por exemplo, os governadores do PSDB fazerem campanha para Campos em seus estados. Além disso, Aécio buscará uma reciprocidade do PSB em outros colégios eleitorais, sobretudo no Nordeste.