O PMDB vai propor à presidente Dilma que também tome medidas para enxugar o governo, como cortes de despesas e uma reforma administrativa, inclusive com a diminuição de ministérios (são 39) e de cargos comissionados.
É a receita do “corte na própria carne”, como forma de tornar o ajuste algo compartilhado entre governo e sociedade, em vez da ideia de um remédio amargo receitado apenas para a população.
Desde que as duras medidas econômicas foram divulgadas, o PMDB tomou algumas iniciativas para amenizar seu impacto: convidou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para um jantar e discutir o assunto e divulgou um programa partidário com a mensagem “o PMDB sempre vai escolher apoiar o Brasil”.
Em seguida defendeu uma correção maior da tabela do Imposto de Renda e aprimorou o discurso, pedindo ao governo que mostre perspectivas de longo prazo para a economia, ressaltando o lado bom da estabilização.
Na semana passada, o vice-presidente da República e presidente nacional do partido, Michel Temer, apresentou a proposta de reforma política do PMDB. Ou seja, ocupou o espaço político e ganhou atenção da mídia.
A intenção, claro, é fugir da tecla corte orçamentário, aperto de cinto, sangue, suor e lágrimas repisada pelo Planalto. Como o PT não quer nem falar no assunto, o PMDB foi em frente. Além de tudo, tal posição é boa para quem tem alguns parlamentares na lista do procurador Janot.