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A disputa pela Câmara dos Deputados

Câmara realiza sessão para apreciação e votação da MP 820/18 que disciplina ações de assistência emergencial para acolhimento de estrangeiros que se refugiam no Brasil em razão de crises humanitárias em seus países de origem.

Mesmo faltando nove meses para a eleição do próximo presidente da Câmara dos Deputados, o que só ocorrerá em 1º de fevereiro, a disputa pelo cargo já corre solta nos bastidores de Brasília. Pelo simples fato de que o posto é o segundo mais poderoso do país, inclusive por poder iniciar um processo de impeachment contra o presidente da República.

Segundo pesquisa divulgada no dia 29 de abril pelo instituto Paraná, 77,1% dos entrevistados são contrários a uma alteração na Constituição para permitir que o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), possa se reeleger. Apenas 16,4% são favoráveis à alteração.

Hoje a opinião popular acerca do tema não importa tanto, já que estamos longe do momento de decisão. Mas não deixa de já apontar um problema adicional, além do óbice constitucional, para aqueles que desejam que Maia prossiga no comando da Casa por mais dois anos.

Mesmo sem declarar, muitos consideram Maia candidatíssimo e, em tempos de crise, “insubstituível”. Além de ser reconhecido como o grande campeão das reformas que vêm sendo aprovadas na Câmara desde 2016. Já outros acham que seria ruim para a instituição manter a mesma pessoa comandando a Casa por sete anos! No campo dos que se opõem à recondução de Maia, estão alguns próceres do Centrão que almejam o cargo.
Não há consenso sobre um nome forte, mas existem vários potenciais candidatos a candidatos. A lista fica para outra ocasião. Politicamente, Maia conta com apoios importantes que ultrapassam o Centrão. No cargo, Maia sempre deu espaço para os independentes e os oposicionistas, o que, de certa forma, sempre irritou o governo e certos setores do Centrão.

Trata-se de uma questão complexa que poderá terminar no Supremo Tribunal Federal. Lá parece que o tema ainda está em construção. Alguns pensam que é preferível continuar com Maia à frente da Câmara à incerteza de ter alguém que não seja visto como confiável pelo establishment jurídico.
Já o governo torce, no momento, por uma solução amigável. Com Maia ou sem ele. Um ministro influente me disse que “se é ruim com Maia, pode ser pior sem ele”. Outros nem querem pensar na hipótese de ele remanescer no comando. Mas, como dizia o ex-governador mineiro Magalhães Pinto, política é como nuvem: está sempre mudando de forma e de lugar. O inimigo de hoje pode ser o aliado de amanhã. Ou não.

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