O governo entende que o forte estímulo aos "veículos verdes" precisa ocorrer logo, de forma a inserir o país e a indústria automobilística local em um debate que ganha força nos países europeus e asiáticos, onde estão as matrizes da maior parte das montadoras. Integrantes da equipe econômica citam as discussões dos líderes europeus, em Bruxelas, que envolvem a extinção, até 2050, do tráfego de veículos convencionais, movidos a gasolina e diesel. Segundo um dos principais articuladores do novo regime automotivo no governo, o Brasil tem "uma bala na agulha" para aproveitar a crise mundial. "Vivemos uma janela de oportunidade no mundo. Os países ricos, onde a indústria é de vanguarda, estão sem espaço para estímulos e sem crescimento interno. Nossa chance de liderar o desenvolvimento tecnológico na indústria automobilística, inclusive para constituir uma fábrica 100% nacional, focada no carro elétrico, é agora." Para isso, o governo estuda zerar a alíquota de 25% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incide atualmente sobre os veículos elétricos e híbridos. Na área econômica do governo, é muito clara a distinção das medidas adotadas na semana passada e as novas, em estudo. (Valor Econômico)