Preocupado em mudar a imagem perante os trabalhadores e conquistar apoio de parte do movimento sindical para rivalizar com o PT, o PSDB trabalha desde maio para fincar um pé no movimento e atrair sindicatos. O resultado por enquanto é a montagem de núcleos em oito Estados e no Distrito Federal, com a filiação de dirigentes de 382 sindicatos e a expectativa de multiplicar este número até o meio de 2012, quando o braço sindical do partido pretende estar estruturado em todo o país. A legenda, porém, encontra dificuldade para seduzir os sindicalistas devido ao histórico de conflitos com o movimento e só conseguiu filiar um número relevante de dirigentes em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, Estados controlados por governadores tucanos. O PSDB também perdeu a disputa pela única central sindical que não tinha ligação forte com nenhum partido, a União Geral dos Trabalhadores (UGT), única entre as seis que ficou neutra na eleição de 2010 – as outras cinco apoiaram formalmente a presidente Dilma Rousseff (PT). A oferta de cargos nos diretórios do partido e a presidência do instituto de formação política, detentor de 50% dos recursos do fundo partidário, fizeram o presidente da UGT, Ricardo Patah, optar pelo PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. "Faltou habilidade ao [governador de São Paulo] Geraldo [Alckmin]", afirma o secretário do núcleo sindical do PSDB, Antônio Ramalho, que também é segundo vice-presidente da Força Sindical. (Valor Econômico)