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Juro em baixa é combustível para inflação

Diz o poeta que dinheiro na mão é solução, mas também vendaval. Se a canção estava certa, a nebulosidade ronda a economia brasileira com a explosiva combinação de juros menores e pessimismo quanto à inflação. Os dados divulgados ontem pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostram que as taxas de juros cobradas pelos bancos brasileiros em setembro foram as menores desde 1995. Na média, ficaram em 6,69% ao mês (117,51% ao ano) – contra os 6,75% praticados nas bocas dos caixas em agosto. Enquanto isso, o Banco Central (BC) divulgou o boletim Focus e, pela sexta vez consecutiva, a projeção dos analistas ouvidos pelo BC para a pressão de preços em 2012 foi maior: se há um mês o mercado estimava inflação de 5,40% para o ano que vem, as perspectivas agora já são de 5,59%. Já a redução dos juros foi a segunda consecutiva, desde agosto, quando houve o corte da taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, de 12,5% para os atuais 12% ao ano. Das seis linhas de crédito pesquisadas pela Anefac, cinco tiveram redução nas taxas médias de juros no mês. No cheque especial, o juro médio cobrado pelos bancos recuou de 8,25% ao mês para 8,23% – a menor desde junho. No crédito direto ao consumidor em bancos, para financiamento de automóveis, a taxa desceu de 2,29%para 2,24% e atingiu o menor patamar da série histórica. Os juros médios do empréstimo pessoal em financeiras também recuou à marca histórica de 9,11% ao mês para 8,94%. O empréstimo pessoal em bancos foi de 4,58% em agosto para 4,47% e, no comércio, o juro médio mensal recuou de 5,60% para 5,54%. O cartão de crédito manteve-se inabalável, com a taxa de 10,69% ao mês. (Estado de Minas)