Uma combinação de crescimento ancorado na demanda, lucros ainda expressivos, maior participação do mercado interno no destino das vendas industriais, receitas extraordinárias e aumento da massa salarial fizeram a arrecadação federal crescer expressivos 12,9% neste ano até setembro, já descontada a inflação, praticamente ignorando a forte desaceleração da atividade econômica. Os técnicos da Receita Federal estimam que o crescimento da arrecadação vai ficar em 11,5% no acumulado do ano. Se confirmado, o resultado será o triplo da alta de 3% a 4% esperada para o Produto Interno Bruto (PIB), indicando um padrão muito acima da média dos últimos anos. Desde 2003, considerando sempre o valor dos impostos deflacionados pelo IPCA e sem considerar a Previdência Social, essa relação entre PIB e impostos nunca foi tão favorável aos cofres federais. No máximo, o valor recolhido representava o dobro do crescimento da economia. (Valor Econômico)