Passados seis meses do choque entre o governo brasileiro e a Organização dos Estados Americanos (OEA) em relação à construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, o grau de tensão diplomática continua elevado. O Brasil mantém sua retaliação: não desembolsou ainda sua cota anual de US$ 6 milhões, cifra equivalente a 6% do orçamento da instituição e a um mês de salários de seus funcionários. Por outro lado, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) convocou o governo brasileiro para explicar, no dia 26, em Washington, porque não cumpriu a cautelar da entidade exigindo a suspensão imediata do processo de licenciamento e a construção do complexo hidrelétrico. A inadimplência contribui para a asfixia do maior organismo multilateral do Hemisfério Ocidental. O governo brasileiro não tem pressa em salvar a OEA da falência. De acordo com o Itamaraty, a relação somente será normalizada depois da reforma da CIDH, entidade responsável pelo imbróglio. (O Estado de S.Paulo)