Os preços administrados ganharam força neste ano, contribuindo decisivamente para a inflação ficar bem acima da meta perseguida pelo Banco Central, de 4,5%. Depois dos serviços (como aluguel, empregado doméstico e mensalidades escolares), são os principais responsáveis pela alta forte do índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2011. De janeiro a outubro, os administrados avançaram 5,7% no IPCA-15, acima dos 5,5% registrados pelo IPCA "cheio" no mesmo período, aumento puxado principalmente pela alta da gasolina, das tarifas de ônibus urbano, dos planos de saúde e das passagens de avião. No IPCA-15 de outubro, os administrados subiram 0,52%, próximo do 0,54% do mês anterior. Entre os destaques de alta do grupo, passagens aéreas, com 14,23%, e taxa de água e esgoto, com aumento de 1,79%. Depois da elevação de 3,13% dos administrados no ano passado, os analistas esperavam um aumento maior desses preços neste ano, devido à maior variação registrada tanto pelo IPCA quanto pelos índices Gerais de Preços (IGPs) em 2010 do que em 2009. Ainda que tenha acabado o tempo da correção automática de algumas tarifas públicas pelos IGPs, os administrados continuam a sofrer a influência da inflação passada, ainda que fatores como a evolução da produtividade atenuem o impacto. (Valor Econômico)