Crise no governo por conta de acusações de corrupção em vários ministérios, descoberta de que empresas importavam lixo hospitalar para o país, iminência de mais uma greve dos médicos do Sistema único de Saúde (SUS), indefinição sobre a origem de recursos para fazer valer a Emenda 2 9 – que amplia o orçamento da saúde. Nada disso parece incomodar o ministro da saúde Alexandre Padilha, que caminhou confiante entre empresários durante evento do Grupo de Líderes Empresariais, realizado ontem em São Paulo. Mesmo sem nenhuma ideia de onde virá os tais recursos a mais para a pasta – discussão que hoje ocupa grande parte do tempo do Congresso e da atenção social -, Padilha está se acostumando a vir à público divulgar algumas soluções simples mas que têm dado um ar de profissionalização ao ministério, como aumento de parcerias público-privadas, incentivos à produção, cortes de custos e caça a funcionários fantasmas. "Meu papel não é ficar esperando vir ou não mais dinheiro", garante, sob o mote de que saúde não é só uma questão de política social e sim de desenvolvimento econômico. "O setor emprega 10% dos profissionais com nível superior, concentramos 30% do esforço de inovação, temos 12 milhões de trabalhadores. E dos países com mais de 100 milhões de habitantes, somos o único com saúde universal", ressalta. Padilha quer mais empresas da indústria de saúde produzindo no país e garante que o governo vai participar desse esforço de inovação. "Quem quiser inovar e produzir no Brasil terá garantia de compra do Ministério da Saúde", afirmou. Além dos recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o governo pretende investir R$ 4 bilhões até 2015 em inovação na saúde. é fato que os projetos ainda precisam ser mais elaborados. (Brasil Econômico)