Os desembolsos do BNDES têm caído nos últimos meses, em movimento visto internamente como reflexo do desaquecimento da economia brasileira. Como resultado, a i nstituição trabalha com a perspectiva de queda do total liberado, no fim do ano, para patamar próximo de R$ 140 bilhões – abaixo, portanto, dos R$ 146 bilhões de 2010 (valor que exclui a operação de capitalização da Petrobras, de R$ 24,8 bilhões). O resultado, se confirmado, não só evidenciará a primeira retração do indicador desde 2003, como também representará o cumprimento da estratégia traçada pelo presidente do banco, Luciano Coutinho, de reduzir "o tamanho" do BNDES neste ano. Se, por um lado, a revisão da projeção para 2011 representa boa notíci a, por outro, evidencia problemas principalmente para a indústria de transformação, a maior prejudicada pela concorrência com os chineses. Em crise desde 2008, o setor tem sofrido o impacto direto das importações asiáticas no país. O desaquecimento das economias americana e europeia tem levado empresas da China a desviar a oferta de produtos baratos para mercados emergentes como o Brasil. (Brasil Econômico)